Por Gutierres Fernandes Siqueira
Não faz muito tempo um membro de uma igreja em nossa região perdeu o filho tragicamente. O garoto de nove anos esperava o ônibus escolar junto com o pai quando foi atingido por uma bala perdida. O caso foi tão triste e chocante que teve ampla cobertura pela imprensa local. Todas as igrejas da região comentaram o caso e lamentaram tamanha perda. A família, infelizmente, foi mais uma vítima inocente da violência presente neste país.
Quando eu cheguei no culto em uma igreja do bairro vizinho eu pensei: “Com uma notícia tão triste como essa (que abalou toda uma região da cidade) ninguém terá coragem de pregar as baboseiras triunfalistas”. Como eu estava enganado! O infeliz pregador chegou a dizer que derrota não era coisa de cristão e que Deus sempre nos enche de vitória. As palavras não foram literalmente essas, mas o espírito do comentário era exatamente esse. Eu sai do culto escandalizado, pois vi que nem a tragédia sensibiliza os triunfalistas.
Quando o modelo esgotará?
Fico-me perguntando: Quando os evangélicos brasileiros estarão fartos e enjoados das “mensagens de autoajuda”? Será que esse modelo triunfalista se esgotará em um futuro não tão distante? Quando as pessoas “cairão na real” e verão que esse tipo de pregação nada tem de evangelho?
É desanimador ver que o modelo triunfalista nem apresente pequenos sinais de esgotamento.
Sim, muitas pessoas estão revoltadas com tudo isso, mas essas “muitas pessoas” são poucas para o universo de milhões de evangélicos. Há muitos, também, que não pregam mensagens triunfalistas, mas ao mesmo tempo toleram que tais mensagens sejam livremente pregadas em suas igrejas. Nós aprendemos com a Igreja em Tiatira que a tolerância para com o erro é igualmente errada. Será que queremos ouvir do Senhor isso: “Conheço as suas obras, o seu amor, a sua fé, o seu serviço e a sua perseverança, e sei que você está fazendo mais agora do que no princípio. No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel” [Apocalipse 2.19-20a]?
“Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos. Alguns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior. Outros enfrentaram zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados”. [Hebreus 11.32-40]
É triste quando uma mensagem dita evangélica mais parece a pregação da Seicho-No-Ie! |
“O único modo de se tornar rico com um livro de autoajuda é escrever um”! [Christopher Buckley e John Tierney em God is My Broker]
Não faz muito tempo um membro de uma igreja em nossa região perdeu o filho tragicamente. O garoto de nove anos esperava o ônibus escolar junto com o pai quando foi atingido por uma bala perdida. O caso foi tão triste e chocante que teve ampla cobertura pela imprensa local. Todas as igrejas da região comentaram o caso e lamentaram tamanha perda. A família, infelizmente, foi mais uma vítima inocente da violência presente neste país.
Quando eu cheguei no culto em uma igreja do bairro vizinho eu pensei: “Com uma notícia tão triste como essa (que abalou toda uma região da cidade) ninguém terá coragem de pregar as baboseiras triunfalistas”. Como eu estava enganado! O infeliz pregador chegou a dizer que derrota não era coisa de cristão e que Deus sempre nos enche de vitória. As palavras não foram literalmente essas, mas o espírito do comentário era exatamente esse. Eu sai do culto escandalizado, pois vi que nem a tragédia sensibiliza os triunfalistas.
Quando o modelo esgotará?
Fico-me perguntando: Quando os evangélicos brasileiros estarão fartos e enjoados das “mensagens de autoajuda”? Será que esse modelo triunfalista se esgotará em um futuro não tão distante? Quando as pessoas “cairão na real” e verão que esse tipo de pregação nada tem de evangelho?
É desanimador ver que o modelo triunfalista nem apresente pequenos sinais de esgotamento.
Sim, muitas pessoas estão revoltadas com tudo isso, mas essas “muitas pessoas” são poucas para o universo de milhões de evangélicos. Há muitos, também, que não pregam mensagens triunfalistas, mas ao mesmo tempo toleram que tais mensagens sejam livremente pregadas em suas igrejas. Nós aprendemos com a Igreja em Tiatira que a tolerância para com o erro é igualmente errada. Será que queremos ouvir do Senhor isso: “Conheço as suas obras, o seu amor, a sua fé, o seu serviço e a sua perseverança, e sei que você está fazendo mais agora do que no princípio. No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel” [Apocalipse 2.19-20a]?
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