Estou preocupado com a exploração mercantilista dos chamados pregadores e cantores mirins, crianças entre 8 e 12 anos, em geral. No caso dos pregadores mirins, muitos estão imitando famosos animadores de auditório. E, pasmem, já existe até bebê avivalista! Quanto aos cantores mirins, a exploração, que começou em programas de auditório — a qual envolve até dança erótica (!), em alguns casos —, agora ocorre também no meio evangélico.
Muita gente está maravilhada com os animadores de plateia mirins, por serem eles miniaturas dos pregadores malabaristas. Mas é preciso ver o outro lado da moeda: o perigo da adultização precoce. Essas crianças estão cheias de trejeitos que não pertencem à fase infantil: berram ao microfone, como se fossem pôr as entranhas pela boca, correm de um lado para o outro, fazem gracejos (que muitas delas sequer entendem, claramente), dão golpes no ar, empregam bordões e até aparentam ser soberbas.
Em algum lugar na Internet, um menino mal-orientado por seus pais apresenta o seu currículo de maneira imodesta e, tacitamente, oferece os seus serviços: “Pregador mirim fulano de tal, pregador da palavra de 11 anos, usadíssimo por Deus! Deus tem me usado para avivamento espiritual, exortação, cura, libertação de almas e muito mais! Telefone para contato: (99) 9999-9999”.
Se os referenciais dos pregadores mirins são os animadores de auditório, os dos cantores mirins são as celebridades gospel. Basta ler os seus comentários nas redes sociais. Não se vê neles um comportamento de criança. Eles discorrem com naturalidade sobre temas do mundo adulto...
É muito bom que os infantes louvem ao Senhor Jesus e preguem a Palavra de Deus. Mas é perigoso privá-los de viver essa linda fase da vida (a infância), nem que seja para ganhar muito dinheiro! E, nesse caso, a comparação com o astro Michael Jackson e Macaulay Culkin é inevitável.
Todos sabem que uma criança normal precisa brincar, aproveitar bem a sua infância, em vez de ser submetida a uma insana e agressiva adultização precoce. Isso ocorre no mundo (atores, apresentadores e jogadores de futebol mirins, etc.), mas não é modelo para nós, que conhecemos a Palavra do Senhor. Deus criou todas as fases da vida, para que elas sejam vividas. O próprio apóstolo Paulo afirmou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino” (1 Co 13.11).
Quanto à chamada para ser um pregador ou cantor, é um ato soberano de Deus (1 Tm 2.7; Mc 3.13). Se Ele quiser usar os pequeninos como pregadores do Evangelho e cantores, nada o impedirá, mas o Senhor fará isso no tempo certo. Não existe a necessidade de que sejam “fabricados” animadores de auditório e astros gospel mirins. E penso que isso ocorre, preponderantemente, por mercantilismo, que a Bíblia também condena (2 Co 2.17, ARA; 2 Pe 2.1-3).
O Senhor usa a quem quer e como quer, inclusive meninos, adolescentes e jovens, haja vista Samuel, Davi, Josias, o menino Jesus, Timóteo, etc. Mas não podemos aceitar com naturalidade a exploração infantil, o mercantilismo, o mecanicismo e o artificialismo. Além disso, não devemos tolerar, nos infantes, a soberba, o comportamento de celebridade e a imitação de um modelo que não está de acordo com a Palavra de Deus, ainda que usemos como justificativa o fato de as crianças serem ingênuas e, até certo ponto, inocentes.
Que Deus levante cantores e pregadores mirins que cantem louvores a Deus e falem com singeleza a respeito do Evangelho. Que os líderes e pais orientem os meninos cantores e pregadores a permanecerem humildes. Que os pais resistam às influências do mundo (Rm 12.1,2), que a cada dia fazem o período infantil ficar mais curto, tirando dos infantes a inocência e a singeleza (cf. Mt 18.1-4). Precisamos ter a consciência de que faz parte da boa formação de nossos filhos contribuir para que eles vivam intensamente cada fase da vida, a começar pela infância.
Finalmente, que os infantes sejam ensinados a imitar o Menino mais sábio que o mundo já conheceu: Jesus. Ele, aos 12 anos, já estava no meio dos doutores — interrogando-os e sendo interrogado por eles. Mas só iniciou o seu ministério, de fato, quando atingiu a maturidade.
Ciro Sanches Zibordi
Muita gente está maravilhada com os animadores de plateia mirins, por serem eles miniaturas dos pregadores malabaristas. Mas é preciso ver o outro lado da moeda: o perigo da adultização precoce. Essas crianças estão cheias de trejeitos que não pertencem à fase infantil: berram ao microfone, como se fossem pôr as entranhas pela boca, correm de um lado para o outro, fazem gracejos (que muitas delas sequer entendem, claramente), dão golpes no ar, empregam bordões e até aparentam ser soberbas.
Em algum lugar na Internet, um menino mal-orientado por seus pais apresenta o seu currículo de maneira imodesta e, tacitamente, oferece os seus serviços: “Pregador mirim fulano de tal, pregador da palavra de 11 anos, usadíssimo por Deus! Deus tem me usado para avivamento espiritual, exortação, cura, libertação de almas e muito mais! Telefone para contato: (99) 9999-9999”.
Se os referenciais dos pregadores mirins são os animadores de auditório, os dos cantores mirins são as celebridades gospel. Basta ler os seus comentários nas redes sociais. Não se vê neles um comportamento de criança. Eles discorrem com naturalidade sobre temas do mundo adulto...
É muito bom que os infantes louvem ao Senhor Jesus e preguem a Palavra de Deus. Mas é perigoso privá-los de viver essa linda fase da vida (a infância), nem que seja para ganhar muito dinheiro! E, nesse caso, a comparação com o astro Michael Jackson e Macaulay Culkin é inevitável.
Todos sabem que uma criança normal precisa brincar, aproveitar bem a sua infância, em vez de ser submetida a uma insana e agressiva adultização precoce. Isso ocorre no mundo (atores, apresentadores e jogadores de futebol mirins, etc.), mas não é modelo para nós, que conhecemos a Palavra do Senhor. Deus criou todas as fases da vida, para que elas sejam vividas. O próprio apóstolo Paulo afirmou: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino” (1 Co 13.11).
Quanto à chamada para ser um pregador ou cantor, é um ato soberano de Deus (1 Tm 2.7; Mc 3.13). Se Ele quiser usar os pequeninos como pregadores do Evangelho e cantores, nada o impedirá, mas o Senhor fará isso no tempo certo. Não existe a necessidade de que sejam “fabricados” animadores de auditório e astros gospel mirins. E penso que isso ocorre, preponderantemente, por mercantilismo, que a Bíblia também condena (2 Co 2.17, ARA; 2 Pe 2.1-3).
O Senhor usa a quem quer e como quer, inclusive meninos, adolescentes e jovens, haja vista Samuel, Davi, Josias, o menino Jesus, Timóteo, etc. Mas não podemos aceitar com naturalidade a exploração infantil, o mercantilismo, o mecanicismo e o artificialismo. Além disso, não devemos tolerar, nos infantes, a soberba, o comportamento de celebridade e a imitação de um modelo que não está de acordo com a Palavra de Deus, ainda que usemos como justificativa o fato de as crianças serem ingênuas e, até certo ponto, inocentes.
Que Deus levante cantores e pregadores mirins que cantem louvores a Deus e falem com singeleza a respeito do Evangelho. Que os líderes e pais orientem os meninos cantores e pregadores a permanecerem humildes. Que os pais resistam às influências do mundo (Rm 12.1,2), que a cada dia fazem o período infantil ficar mais curto, tirando dos infantes a inocência e a singeleza (cf. Mt 18.1-4). Precisamos ter a consciência de que faz parte da boa formação de nossos filhos contribuir para que eles vivam intensamente cada fase da vida, a começar pela infância.
Finalmente, que os infantes sejam ensinados a imitar o Menino mais sábio que o mundo já conheceu: Jesus. Ele, aos 12 anos, já estava no meio dos doutores — interrogando-os e sendo interrogado por eles. Mas só iniciou o seu ministério, de fato, quando atingiu a maturidade.
Ciro Sanches Zibordi
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